Fala-se e escreve-se muito sobre a existência e o papel das urgências clínicas no apoio às populações. Há muita gente a estudar o assunto, há muitos interesses pelo meio e há muita gente mal informada.
Vejamos o que se vai dizendo por aí:
- Diz a Ordem dos Médicos: “Os doentes não estão a ser bem assistidos devido ao congestionamento nas Urgências” causado pelas reformas, disse, garantindo que isso “aumenta a mortalidade em 40 por cento”.
- Diz um dos reformadores do sistema de urgências: a reforma elaborada com a necessidade de atender ao tempo actual, em que os serviços são mais procurados e os “recursos humanos extremamente escassos”. No entender do médico o SNS não tem demonstrado plasticidade para “conviver com vários fardos” e argumentou que um “serviço não existe isolado, tem que funcionar em rede”.
- Diz o fundador do SNS: considerou, “ o melhor serviço do Estado português, uma conquista da democracia e de um estado de direito”.
- Diz uma doente: Esmeralda Pereira, de 51 anos, esperou dez horas para ser atendida nas Urgências do Hospital Garcia de Orta, em Almada. Com “fortes” dores na coluna, entrou na unidade às 00h30 de ontem. Na triagem mediram-lhe a temperatura e determinaram o caso como “pouco urgente”. “Quando chegámos havia cerca de dez pessoas. Não entendo tanta espera para ser atendida”.
Nós dizemos apenas duas coisas: 1) os recursos são limitados; 2) a falta de gestão de recursos pode ser calamitosa.