O Serviço Nacional de Saúde só dá resposta a um terço dos doentes que sofrem de perturbações mentais. Esta afirmação não nos surprende. Sabemos que o SNS vai funcionando, mas cada vez mais com....mais ineficiências!
Repare-se em algumas conclusões de um estudo realizado pela Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental:
- O número de pessoas em contacto com os serviços públicos (168 389 em 2005) mostra que só uma pequena parte das pessoas com problemas de saúde mental têm acesso aos serviços públicos especializados.
- “os estudos existentes sobre a saúde mental não são vastos e rigorosos”, pelo que foi preciso fazer uma “extrapolação” e comparar com as “taxas que se verificam em países com o mesmo grau de desenvolvimento e cultura”. “Nesses países o número de pessoas que frequenta os serviços na área da psiquiatria ronda os cinco por cento”.
- Em termos práticos, sublinha o psiquiatra, entre os 500 mil portugueses com perturbações graves “estão pessoas que podem necessitar de internamento e não têm acesso”.
- “O acesso aos cuidados de saúde mental não é muito fácil, principalmente na periferia, onde há grande escassez de recursos, facto que dificulta a marcação de primeiras consultas”, diz Leuschner.
De facto, é difícil tirar conclusões mais negativas. De facto, não sabemos porque não se investiga a sério a saúde em Portugal. De facto, corremos o risco de perder uma das poucas conquistas da Democracia em Portugal: o Serviço Nacional de Saúde.