Mais dia, menos dia, sabíamos que estaríamos perante o verdadeiro estrangulamento do orçamento da saúde. A propósito de um Relatório encomendado a uma "Comissão de Sábios", pelo Ministro da Saúde, lemos algumas das conclusões do tal Relatório dos Sábios:
- O Governo nomeou um grupo de peritos para estudar fontes de receita e cortes de despesa que salvem o Serviço nacional de Saúde da falência.
- As recomendações recebidas neste relatório de 184 páginas (....) deverá pelo menos reduzir drasticamente a possibilidade de os portugueses abaterem despesas de saúde na próxima declaração de impostos.
- A medida afecta 3 milhões, dos 4 milhões de agregados familiares sujeitos ao IRS.
- As despesas de saúde representam quase 500 milhões de euros poupados por ano pelas famílias portuguesas.
- Os peritos lembram que estes 500 milhões de euros representam 5 por cento da despesa pública em saúde e são um montante 5 vezes superior à receita do Estado com as taxas moderadoras cobradas nos hospitais e centros de saúde.
E os "Sábios" terminam lapidarmente:
- Os peritos oferecem ainda ao Governo um argumento político: Portugal é dos países do mundo desenvolvido mais simpáticos para os contribuintes. Na Espanha, na França e no Reino Unido as despesas com a Saúde, pura e simplesmente, não são dedutíveis no IRS.
É triste que os Sábios portugueses, só saibam ver o que lhes interessa! Pois, os Sábios não questionam a forma como já se gasta mais de 10% do PIB, no SNS, sem que este sistema esteja a melhorar a sua qualidade, pelo menos na perspectiva dos doentes.
Voltamos sempre à mesma questão: em Gestão há duas soluções, aumentar receitas ou reduzir despesas. Nós somos dos que achamos que os portugueses já pagam demasiado para o SNS. Perante tal constrangimento, só resta ao Ministério da Saúde, reduzir despesas.