Thursday, February 08, 2007

A flexibilidade máxima

Já havíamos antecipado os diversos apertos que se vão sentindo no sector da saúde, não porque sejamos sobredotados, mas antes, porque conhecemos a realidade da gestão dos serviços e as tendências de gestão internacional.

Víamos (vemos):
  • Esperança média de vida maior (logo, maiores dificuldades em gerir os problemas dos mais velhos).
  • Maior poder dos Clientes (que na saúde em Portugal, se insiste em chamar "utente", para subliminarmente, querer dizer que as pessoas têm direito a um serviço, sem poderem reclamar).
  • Maior poder das corporações (à medida que a especialização dos diferentes sub-sectores da saúde for maior, os diferentes parceiros "compartimentam-se" e exigem mais). Muito para além de: Médicos e Enfermeiros.
  • O ser humano exige a perfeição e não quer sofrer (é dramático, este aspecto, mas é uma tendência global, que causa imensos problemas aos sistemas de saúde).

Mais poderíamos dizer. No entanto, perante apenas estes factos, exige-se de quem gere o "orçamento da saúde": mais rigor, mais flexibilidade e mais disciplina. Nós não vemos isso!

Vemos isto: Os centros de saúde de Lisboa e Vale do Tejo vão alargar o horário de funcionamento até às 22:00 ou 24:00 para responder a um acréscimo na procura de urgências que se tem verificado nos hospitais da região.

Para nós, esta medida do Ministério da Saúde, revela apenas: desnorte, sobretudo após os sucessivos encerramentos de Serviços de Urgência. Perigoso caminho, virá a seguir.