Temos referido sucessivamente que, sem controlo de gestão, não há gestão. E este facto deve ser aplicado a todas as organizações, com ou sem fins lucrativos, e a todos os sectores.
- "O cumprimento da lei no que diz respeito ao controlo electrónico da assiduidade dos trabalhadores nos hospitais e centros de saúde “constitui ainda uma excepção” no Serviço Nacional de Saúde ( SNS), diz um relatório da Inspecção-Geral de Saúde (IGS)".
E lemos isto, sem querer acreditar que seja possível:
- são apenas quatro os hospitais que controlam os horários de entradas e saídas dos médicos e afirma-se que “abundam os maus exemplos” decorrentes da falta de controlo electrónico.
- dos 82 hospitais públicos, apenas dois – a maternidade Alfredo da Costa e o hospital de Peniche – têm mecanismos electrónicos para controlar a assiduidade dos médicos e há mais quatro a utilizar sistemas mistos, ou seja, conjugando o acto conhecido como ‘picar o ponto’ com um sistema mecânico ou electrónico (Santo António, no Porto, o hospital de Estarreja, de Ovar e o centro de medicina de reabilitação Rovisco Pais).
- de médicos nalguns hospitais que andam com as folhas de ponto no bolso e entregam-nas no final do mês à chefia, tornando impossível verificar o cumprimento dos horários.
- “O que se passa é que, de uma forma geral, os médicos, até agora, privilegiavam o trabalho feito em horas extraordinárias, porque ninguém controla o horário de trabalho”, revela ao DE um presidente de um conselho de administração, que pediu o anonimato.
- Este dirigente diz ainda que a situação é “particularmente escandalosa” nos hospitais universitários, em que o desdobramento do profissional de saúde pelo hospital e pela universidade faz com que o controlo do tempo de trabalho seja, “na prática, impossível”.
Perante o que acima se expõe, apenas fazemos uma pergunta: o que fazem as Administrações dos Hospitais?