Há um déficit significativo de gestão, em Portugal. Já o sabíamos. Mas, afinal, ainda é maior do que pensávamos, senão repare-se nisto:
- O Ministério da Saúde instou quarta-feira todos os estabelecimentos públicos a adoptar sistemas automáticos, de preferência electrónicos, para controlar a assiduidade dos funcionários.
Na nossa opinião, o Ministério da Saúde limitou-se a exercer a sua função de gestão. Nada mais.
Face a um acto de gestão normal, de uma entidade patronal (o Ministério da Saúde), as reacções são ácidas:
- O Sindicato dos Enfermeiros considerou hoje um «gasto inútil e desnecessário» a adopção de sistemas automáticos para controlar a assiduidade dos funcionários da Saúde.
E até explosivas:
- O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, considerou hoje lamentável, imprópria e populista a decisão do Governo de controlar a assiduidade dos profissionais de Saúde, que, na sua opinião, só vai causar perturbações.
Costuma-se dizer, que: quem não deve, não teme. Porque será que as corporações dos dois principais stakeholders da saúde (médicos e enfermeiros) reagem tão mal a uma medida de gestão comum?