Wednesday, December 13, 2006

A doença crónica e a sua gestão

Ninguém gosta de ficar doente. Ainda menos, ser ou vir a ser doente crónico. O Senhor Ministro da Saúde proferiu um discuro no 1º Fórum Nacional do Doente Crónico. Extraimos alguns trechos:
  • Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças crónicas representam mais de 60 por cento da morbilidade mundial.
  • o fardo das doenças crónicas recai mais fortemente sobre os grupos de mais baixo nível sócio-económico.
  • os mais desfavorecidos tendem, não só, a ter maior probabilidade de serem doentes crónicos, mas ainda doentes mais doentes.

Depois, o Senhor Ministro elenca as exigências para melhorar o tratamento dos doentes crónicos:

  • identificação eficaz dos doentes com patologia crónica, do seu risco clínico e das suas necessidades.
  • Programas de educação para os doentes crónicos, adaptados às características em termos de nível educacional, dos cidadãos a que se destinam.
  • Informação generalizada à população sobre os factores de risco das doenças crónicas.
  • Boa acessibilidade aos Cuidados de Saúde Primários (CSP).
  • Adequada referenciação entre os CSP e os cuidados hospitalares, ou para os cuidados continuados, e coordenação efectiva dos cuidados, independentemente da entidade prestadora.
  • Sistemas integrados de registo clínico.
  • Acesso equitativo a fármacos e meios indispensáveis para a auto-vigilância.
  • E… flexibilidade, ou seja, capacidade, por parte dos profissionais que acompanham os doentes crónicos, e do próprio sistema de saúde, de adequarem as intervenções de gestão da doença, ao nível de complexidade e risco de cada situação crónica concreta.

O Ministério da Saúde tem uma longa lista de objectivos a concretizar, face às necessidades referidas. Nós sugerimos alguns trabalhos ao Ministério da Saúde:

  • Para que exista um sistema de referenciação, seria necessário existirem dois ou três aspectos fundamentais: pessoal altamente qualificado em termos de orientação para o consumidor da saúde; sistemas de informação integradores.
  • Para montar um sistema de informação integrado, entre hospitais, centros de saúde e outros serviços de saúde, serão necessários vários anos, para que um sistema destes esteja minimamente efectivo.
  • Para que o sistema de saúde seja flexível, e o seu pessoal ajustado a essa necessidade, seria necessário, qualificar os vários tipos de profissionais da saúde. Neste aspecto, vimos grandes dificuldades, pois para um sistema de saúde ser flexível, necessita que as pessoas que nele trabalham sejam orientadas para o cliente.

Mas, o Ministro concluiu o seu discurso com esta mensagem: "Contam com o apoio de um Governo que está aberto à mudança, que sinaliza as boas práticas e que incentiva a inovação na gestão". Ainda bem, dizemos nós!