Monday, October 09, 2006

Pontos negros


Há coisas que nos deixam, ainda, surpreendidos. Estamos em pleno debate público, sobre a reorganização das urgências hospitalares. Ou seja, desta vez, o Ministério da Saúde decidiu dar um tempo, para que os diferentes interlocutores no terreno se pronunciem sobre a nova reforma.

Se esta boa vontade corresponde à realidade, não sabemos. Mas, lemos aqui, algo que nos deixa surpreendido: "A necessidade de requalificar a rede das urgências é motivada da falta de recursos humanos, dispersos em serviços criados "um pouco ao acaso"", e quem o afirma é o Professor Correia de Campos.

Lemos aqui, na sua biografia, que o Professor Correia de Campos não é um novato no desempenho de funções públicas na saúde, e destacamos entre outras, os seguintes desempenhos de funções:

E acrescentamos ainda:

  • Professor Catedrático da Escola Nacional de Saúde, Pública (ENSP) .
  • Presidente do Conselho Científico da ENSP (desde Junho 2002) .
  • Especialista Senior do Banco Mundial sobre Administração de Saúde (1992 a 1995) .
  • Especialista em economia da saúde, cuidados de saúde a idosos, política de saúde e equidade, segurança social e administração pública, sendo, nestas áreas único autor de 5 livros e editor de outros três e autor de cerca de cem artigos científicos em revistas nacionais e estrangeiras .

Com tão amplo Curriculum, na área da saúde e com desempenho de funções várias em organismos com responsabilidades na administração da saúde, como é possível afirmar isto: "O ministro critica a evolução "dispersa" do serviço de urgência, assente em unidades "criadas um pouco ao acaso" e no entendimento de que "em cada local onde se praticasse cirurgia, deveria haver uma unidade de urgência", "sem se pensar, muitas vezes, nos requisitos técnicos necessários, tais como cirurgiões, anestesistas, enfermeiros de bloco devidamente treinados".

E de quem é a responsabilidade de toda esta "evolução dispersa" e "criada um pouco ao acaso"? Não é, com certeza, apenas do Professor Correia de Campos!

Já nada, mesmo nada, nos poderá surpreender.