Mais do que o interesse do público em geral, interessam mais as opiniões de grupos de interesse, vulgo lobbies, ou das chamadas corporações. Há uma Ordem que manda mais do que muitas outras. Está sempre atenta. Está sempre actuante. Não perde uma oportunidade para colocar em marcha os interesses da classe.
Não sabemos o que dirá a Ordem sobre isto: A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) enviou para o Ministério Público, para investigação de eventuais ilícitos criminais, os casos de médicos que detectados a trabalhar em vários hospitais, públicos e privados, à mesma hora. Um deles, filho do ex-director da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), criou em 2009 uma empresa de prestação de serviços com o então director da Cirurgia Plástica do Hospital de Santa Maria (Lisboa), que terá servido para celebrar contratos com a instituição dirigida pelo pai.
E sobre isto, o que dirá a tal de Ordem: Contactado pelo PÚBLICO, o ex-administrador da MAC, Jorge Branco, disse apenas que este caso ocorreu há já algum tempo e que seguiu “os trâmites normais”. Sem querer adiantar mais comentários, defendeu que o contrato entre a MAC e a Out Intervention foi feito como com outra empresa qualquer. “Não há nenhuma lei que proíba que [um pai] contrate uma empresa de um filho. Ele não pode ser beneficiado, mas também não deve ser prejudicado”, sustentou.
Para não dizer mais, que topete, Dr. Jorge Branco!