Há muitos anos, a quando da concretização da Ponte Vasco da Gama, em 1998, foi vendido aos portugueses que as Parcerias Público-Privadas eram o "negócio da China": 1) o Estado português não tinha gastos imediatos; 2) os privados investiam, substituindo o Estado, que não tinha dinheiro para investir; 3) os privados ganhavam alguma coisa. Era a panaceia que os Estados super-endividados queriam!
Agora o resultado é este: Uma auditoria do Tribunal de Contas (TC) aos encargos com as parcerias
público-privadas (PPP) de quatro hospitais concluiu que não estão a ser
contabilizados cerca de 6000 milhões de euros relativos a 20 anos de serviços
clínicos.
Ou seja, alguém varreu as despesas relativas a investimentos públicos para debaixo do tapete. No fundo, dizem-nos que estes hospitais são públicos: Esta análise do Tribunal de Contas incidiu sobre os encargos com as parcerias
público-privadas (PPP) dos hospitais de Braga, Vila Franca de Xira, Cascais e
Loures, bem como as PPP do Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul e do
Centro de Atendimento do Serviço Nacional de Saúde.
A contabilidade criativa manipula sempre: O TC refere que “têm sido divulgados encargos relativos a 10 anos de serviços
clínicos, mas tem faltado a quantificação dos encargos com os serviços clínicos
que permitirão dar utilidade aos edifícios hospitalares até ao final do seu
período previsto de vida útil (30 anos)”.
O que fazer? Perante a incúria do bem público e com os portugueses abúlicos, não se pode fazer mais nada, para além de continuar a pagar a estes salafrários até à morte!