Wednesday, October 12, 2011

A absoluta complacência

Discute-se que Alberto João Jardim foi inconsciente. Diz-se que João Jardim terá ido para além da Lei. Afirma-se que João Jardim não foi ético. E porquê? Aparentemente, porque escondeu dívida. Estranhamente, os valores "escondidos" andam à volta das centenas de milhões de euros, e envolvem várias instituições financeiras, públicas e privadas. E ninguém sabia. Faz isto lembrar o célebre Imperador de Roma, de seu nome Cláudio, que desconhecia que a esposa era uma das maiores meretrizes da cidade eterna, quando afinal toda a gente sabia disso. Coitada da Messalina, ficou decepada ou esventrada!

Em Portugal, toda a gente sabe que os déficits são corrigidos várias vezes ao ano, por evidentes manobras de desorçamentação. Toda a gente sabe que as derrapagens em obras públicas são permanentes. As contas que se reportam hoje, vêm desmentir as que foram comunicadas ontem. Contudo, só Alberto João Jardim admitiu que não reportou as contas reais. Todos os outros fazem-no, embora digam que não.

Só mais uns que dizem que não o fizeram, mas parece que o fizeram: O Hospital de Santa Maria escondeu mais de sete milhões de euros em facturas de 2010 relativas a obras e medicamentos. Este montante deveria estar reflectido nos resultados financeiros daquele ano, mas o DN sabe que o mesmo não foi contabilizado, ficando a dívida oculta aos olhos dos ministérios das Finanças e da Saúde.

Isto apesar do buraco financeiro do maior hospital universitário do país ser já por si impressionante: Assim, os 44 milhões de resultados operacionais negativos que surgem inscritos nas contas de 2010 não reflectem o verdadeiro buraco financeiro do Santa Maria, que é gerido em conjunto com o Hospital Pulido Valente, formando o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), EPE.

Curiosa é afirmação de que o Centro Hospitalar de Lisboa Norte é gerido! A gestão está entregue a aprendizes de coisas vãs.