Em Portugal, há uns quantos que percebem de tudo. São os chamados especialistas em generalidades. Infelizmente, isto é uma praga imparável, vejamos mais um elemento que pertence à praga dos "especialistas em generalidades": O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, afirmou, esta sexta-feira, ser "absolutamente falacioso e demagógico falar em hospitais empresas em falência técnica".
O Senhor Dr. José Manuel Silva pode até ser um bom médico, mas de contabilidade e de gestão não deve perceber nada! É mais um especialista em generalidades. Se não, fundamentaria de forma diferente a sua opinião de que alguns hospitais empresa não estão em falência técnica: Argumentou que "o único accionista dos hospitais é o Estado e quem paga aos hospitais é o Estado, pelo que se decidir pagar um pouco mais por cada ato praticado estes deixam de estar em falência, de decidir pagar um pouco menos todos os hospitais entram em falência".
O que o Dr. José Manuel Silva afirma, é uma pura atoarda. Seria o mesmo que o Pingo Doce ou o Continente ajustarem os seus preços em função dos lucros ou dos prejuízos que os seus accionistas tenham.
Pior, esta ideia propalada pelo Dr. José Manuel Silva é a ideia de que o Estado deve ser gerido como se não existissem limites para os gastos. Há limites para os gastos, Dr. José Manuel Silva. O limite dos gastos do Estado são os impostos dos contribuintes, a que se somam os empréstimos dos credores.
Os credores não nos querem financiar mais. Resta agora ao Estado, aumentar a carga fiscal aos que trabalham, e não têm possibilidades de colocar os seus activos num off-shore próximo.
O Prof. Manuel Antunes, que também é médico, tem uma visão muito mais acertada, do que o seu Colega Dr. José Manuel Silva, quando afirma que "a saúde não tem preço, mas tem custos"!