Aprendemos que deveremos seguir os bons exemplos. Ser cumpridores, para ser exigentes. Não ser relaxados. A ética deve começar em nós.
Isto é o pior dos exemplos: Os 1360 organismos e empresas do Estado tinham em Junho pagamentos em atraso a fornecedores de mais de 3,3 mil milhões de euros. Este valor, que é calculado por defeito porque há entidades que ainda não divulgaram números, quase chega ao valor previsto para a construção do aeroporto de Lisboa e representa 2% do PIB do país.
Portugal não é um país de caloteiros. Portugal é caloteiro. O melhor deve começar de cima. Quando o pior começa em cima, em baixo não se espera melhor.
Os governos anteriores prometiam sempre regularizar a situação. O governo actual também. Resultados? Os mesmos.
Isto é um país do Terceiro Mundo: Ao todo, as 466 entidades da administração local (que incluem também os serviços municipalizados mas não o sector empresarial local) e as 87 entidades tuteladas pelo Ministério da Saúde devem a empresas prestadores de bens e serviços 2,85 mil milhões de euros. A maior dívida em atraso é a dos hospitais e centros de saúde, que ascende aos 1,9 mil milhões de euros.
Isto é um ponto sem retorno: O valor é alto mas no caso do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é ainda superior, já que nem todas as entidades responderam com os valores em dívida para o relatório da Inspecção-Geral de Finanças que decorre do acordo com a troika. O ministro da Saúde, Paulo Macedo, revelou, no final de Julho, que as dívidas de curto e longo prazo do SNS ultrapassavam 3000 milhões de euros no final do primeiro semestre de 2011.
É com tristeza que observamos o estado da nação!