Sunday, July 03, 2011

Regozijo? Nem por isso.

Durante décadas, possuir uma farmácia significava: ser rico e ter status. Porquê? Porque:
  • Ser proprietário de uma farmácia, não significava ter risco.
  • Era dinheiro em caixa.
  • Qualquer farmácia dava, pelo menos, algum lucro.
  • Algumas farmácias facturavam mais do que muitas empresas médias em Portugal.
  • Os lucros eram garantidos por Lei.
  • A concorrência não aumentava porque, não se pode abrir farmácias, como se abrem restaurantes ou papelarias.
  • A ANF conseguiu fazer um acordo com o principal pagador das farmácias, o Estado, em que se ultrapassava o habitual risco de crédito a clientes.
Só que, na economia, há os ciclos positivos e o ciclos negativos. E a tempestade rebentou:
  • Para alguns, o cenário é dramático. Para outros, de sobrevivência; e só alguns conseguem respirar de alívio. A prová-lo estão os últimos dados da associação do sector, que revelam: 1056 farmácias estão no "limiar da sobrevivência".
  • Quem, há dez anos, quisesse entrar no mundo das farmácias tinha duas opções: lutar por um alvará que permitisse a abertura de uma nova farmácia - respeitando as regras para estas situações - ou arranjar uma quantidade astronómica de dinheiro para comprar o alvará de uma que já estivesse em funcionamento.
  • No entanto, nos últimos anos, o panorama mudou drasticamente, e quer seja por causa da crise, das alterações na legislação ou simplesmente por má gestão por parte dos responsáveis pelas oficinas farmacêuticas existentes, a verdade é que hoje comprar uma farmácia já não é tão caro como construir um estádio de futebol. Aliás, o DN soube que há mesmo casos de farmácias que são vendidas pelo preço simbólico de um euro.
Habituem-se. Mas, este sector se for efectivamente gerido (até agora, gerir uma farmácia era tão fácil como "saltar à corda", ao ponto de ser um eufemismo falar em "gestão de uma farmácia"), tem muitas possibilidades de ser um sector atractivo, pois só os hipocondríacos fazem do negócio farmacêutico, um grande negócio!