Vivemos num mundo em nudança. Tudo é posto em causa. Nada é dado como garantido (a não ser a morte). Nestes tempos deveremos voltar aos ensinamentos básicos (back to the basics, como dizem os americanos). O Professor Fernando Pádua deixa-nos vários ensinamentos:
- A economia em saúde tem sido sempre esquecida. E é sempre falada por excessos de gastos. Na minha ideia, devia antes ser falada por falta de poupança. O nosso povo desde sempre diz que mais vale prevenir do que remediar. É um ditado popular e que tem 200% de razão em todos os campos... Hoje a prevenção continua a ser vista como algo abstracto. E na verdade é algo que é " pão pão, queijo queijo", é das coisas mais fáceis. O problema todo é que a prevenção depende de mudanças de atitudes e comportamentos que nós temos desde a nascença.
- Por exemplo, a prevenção do tabagismo, que foi considerada tão importante (no Governo de Cavaco Silva) consistia em tirar 1% dos impostos pagos pelo tabaco para a prevenção. Esta medida foi apontada como exemplo na Europa. Mas voltando ao tema económico, o problema básico da prevenção em termos médicos é este: se conseguirmos prevenir as doenças - como digo agora, "se tratarmos do sub20" -, se começarmos a dar informação às pessoas desde que nascem, chegaremos com saúde, activos e vivos aos 120.
- Nunca vi ninguém dar sequer uma ideia do que foi a poupança económica naquela altura devido às campanhas de prevenção. Em termos monetários e em termos de sofrimento humano. Quando não existe prevenção, depois gastamos tudo o que podemos porque queremos salvar as pessoas nas unidades de cuidados intensivos e no INEM e em tudo isso... Isso é importantíssimo, mas era preferível que as pessoas não chegassem lá e não tivessem que recorrer a esses serviços.