Quem gere o bem público, tem que ter em consciência de que a coisa pública não é de alguns, mas que é de todos. Em Portugal, criou-se a ideia de que se é público, é de todos e não é de ninguém. E assim sendo, não há responsabilidade sobre os actos realizados.
Este caso relacionado com o Instituto Português do Sangue tem comportamentos malvados, contra o bem público e em particular o Contribuinte. Se não, vejamos:
1. Quase metade do sangue recolhido em Portugal não é aproveitado porque não existem condições para a separação nos vários componentes. Um concurso para adjudicar esse processamento está parado há dez anos. Mas o problema, diz Beleza, está no processamento do plasma, cujos componentes fraccionados, como o concentrado de eritrócitos ou de plaquetas, entre outros, são usados em patologias ou cirurgias específicas. “Não temos indústria farmacêutica que o faça. O processo foi impugnado várias vezes, está bloqueado há dez anos. E são derivados caríssimos”, diz o responsável.
2. Portugal destrói o plasma do sangue que recolhe devido a problemas com um concurso que obriga o Instituto Português do Sangue (IPS) a gastar anualmente 70 milhões de euros a adquirir este produto de saúde, segundo o seu presidente.
3. O presidente do Instituto Português do Sangue, Álvaro Beleza, confirma que metade do sangue que é recolhido em Portugal não é aproveitado. A denúncia tinha sido feita na edição desta manhã do Jornal de Notícias pelo presidente da Federação das Associações de Dadores de Sangue, Joaquim Moreira Alves, e foi agora confirmada por Álvaro Beleza. A repórter Arlinda Brandão registou as justificações de Álvaro Beleza.
Obviamente que não temos nada contra o Instituto Português do Sangue. Temos contra esta gente que há 10 anos finge que faz coisas, e que desaproveita recursos de todos. O que é isto?
Pior, apesar desta malvadez, o Instituto Português de Sangue quer incentivar a recolha de sangue. O que quer esta gente? Fazer dos outros parvos, sistemáticamente? É isto que é ser gestor do bem público?