Tuesday, April 19, 2011

Portugal: um Estado falhado

  1. O Tribunal de Contas (TC) realizou uma análise à função de Auditoria Interna (AI) incidindo a acção sobre 20 entidades do sector empresarial do Estado (SEE) e concluiu que a maioria ainda não interiorizou o conceito nem dá qualquer prioridade às melhores práticas internacionais relacionadas com a função.
  2. De acordo com o relatório divulgado esta terça-feira pelo organismo fiscalizador, em regra, as empresas estatais «não assimilaram, na sua essência, o conceito de Auditoria Interna do IIA (Institute of Internal Auditors), “uma actividade independente de avaliação objectiva e de consultoria, que tem como objectivo acrescentar valor e melhorar as operações de uma organização”.
  3. Os pressupostos que nortearam a realização desta acção, por parte do Tribunal, basearam-se no histórico de auditorias de gestão executadas pelo TC, «no âmbito das quais se obteve alguma evidência de deficiências no desempenho adequado da função de Auditoria Interna (AI) em empresas públicas».
  4. o TC constata que o modelo anglo-saxónico que integrava uma Comissão de Auditoria ancorada à administração, determinante para o bom funcionamento e independência da AI, imperava apenas em três das 20 empresas da amostra.
  5. Neste sentido, «não se obteve evidência de um guião/carta de boas práticas que pudesse orientar as entidades do SEE em matéria de Auditoria Interna». Este instrumento de gestão, sustenta o TC, «permitiria clarificar e agregar as normas e princípios emanados pelo IIA e ainda os consagrados em legislação: CSC, RCM n.º 49/2007 e Projecto de Código de Bom Governo das Sociedades».
  6. Além da caracterização do «estado da arte» nas empresas públicas, outro dos objectivos da acção do TC visou apurar o custo de funcionamento da Auditoria Interna das entidades do SEE. Neste capítulo, o relatório concluiu que o custo médio anual de cada departamento de Auditoria Interna «era cerca de 933,1 mil euros e de um auditor interno 79,7 mil euros, equivalente a 5,7 mil euros/mês».
Bem podem os cidadãos cumpridores, tentarem remar contra a maré. Os delapidadores do interesse público, são um autêntico tsunami que varrerão tudo e todos. Já falta pouco, para que tudo seja derrubado.