Monday, April 25, 2011

Crónica de uma morte anunciada II

Há vários anos que vamos por aqui antevendo o fim do SNS, gratuito, ou tendencialmente gratuito. Não porque sejamos contra o SNS. Mas, porque sabemos que o SNS está nas mãos das pessoas certas para rápidamente acabarem com ele.

Como quem tem estado a dirigir o país, toma o contribuinte e o eleitor por parvo, sistemáticamente, fazem loas ao SNS, em discursos pomposos. O barco vai a pique, e os capitães deleitam-se a beberem champagne! Titanic redux.

Só mais umas machadadas no tal de SNS:

1. O Fisco está a alterar as taxas de IVA aplicadas a vários bens tendo como base despachos dos serviços e evitando desta forma o Parlamento. Agora é a vez da água oxigenada que passou da taxa reduzida para a máxima. De acordo com o Fisco, o Infarmed considera que a água oxigenada a 190 volumes não é considerada medicamento.
2. A ministra da Saúde, Ana Jorge, reconheceu que não foi possível iniciar a venda de medicamentos em unidose por falta de adesão das farmácias.
3. Primeiro foram os doentes portadores de doenças raras, agora a medida tornou-se extensiva a quem é portador de hepatite B crónica. A farmácia do Hospital dos Capuchos (Lisboa) está a exigir a estes doentes o pagamento do medicamento Tenofovir, um antivírico necessário para tratamento da infecção crónica pelo vírus da hepatite B (VHB). Este medicamento custa a cada doente 362,52 euros por mês, de acordo com o comprovativo passado pelos serviços farmacêuticos/sector ambulatório daquele hospital.

Esta é a comemoração de uma das maiores conquistas do 25 de Abril de 1974: o SNS.