O SNS está cheio de predadores e de gente incompetente. Não é assim dificil perceber a razão do descalabro das contas da saúde. Nunca o Ministério da Saúde esteve tão mal entregue. E não se vislumbra substituição, antes da hecatombe final que se aproxima.
- Os remédios comparticipados pelo Estado vão deixar de ter obrigatoriamente indicação do preço na embalagem. A decisão do Ministério da Saúde, tomada na sequência das medidas complementares ao pacote do medicamento apresentadas a 17 de Setembro, insere-se no Simplex e pretende acabar com "inúteis remarcações de preços".
- Recorde-se que com as sucessivas alterações de preços, resultantes do aumento do IVA para 5% ou das baixas administrativas sobre o preço dos medicamentos e reduções das comparticipações, os laboratórios tinham de recolher milhões de embalagens das farmácias e proceder à respectiva reembalagem.
- De acordo com o Ministério da Saúde, a medida só tem impacto nos medicamentos comparticipados, "caso em que o utente tem níveis acrescidos de controlo sobre o preço que lhe é aplicado". Isto porque, continua o ministério, "em primeiro lugar, o cidadão pode perguntar o preço do medicamento ao farmacêutico que lhe dará informação do preço efectivamente a pagar (reflectindo o preço de venda ao público [PVP] e comparticipação específica) pela leitura do código de barras que continua a ser impresso na embalagem do medicamento".
Ou seja, os Senhores do Ministério da Saúde acham que os produtos que estão à venda, nem precisam de ter preço marcado, basta perguntar quanto se paga. E o doente não tem o direito de guardar a informação das várias embalagens que vai levando para casa? Guarda os papelinhos? Tem que perguntar ao Farmaceutico?
Qual é afinal a grande vantagem de retirar o preço dos medicamentos? Poupar umas embalagens à Industria Farmaceutica? Ou a manutenção do preço nas embalagens viria a revelar as permanentes alterações da politica do medicamento do Ministério da Saúde?