Thursday, June 10, 2010

Poupar no farelo e estragar na farinha

  • Na sequência das medidas avançadas pelo Governo para reduzir a despesa, a DGS implementou um “conjunto de regras e boas práticas”, uma das quais se refere às deslocações em serviço que só serão autorizadas se forem consideradas “absolutamente necessárias”.
  • Segundo as novas regras, as chamadas telefónicas devem ser realizadas no menor tempo possível, “privilegiando-se a ligação para números de rede fixa em detrimento de números móveis”.
  • “Deve ser dado especial cuidado ao gasto excessivo de material de higiene (água, toalhetes, papel e sabonete)” e “cada trabalhador deve zelar pela poupança energética, desligando as luzes e equipamentos de climatização à hora do almoço e, no final do dia, desligando o computador, o monitor, o equipamento de climatização e as luzes do gabinete”.
  • Para racionalizar os custos, a DGS decidiu que a impressão de textos e outros documentos apenas deve ser realizada quando estritamente necessária e a impressão a cores deve ser utilizada a título excecional, assim como o recurso a fotocópias.

Estragar na farinha:

  • Farmácias estranham disponibilização de remédios gratuitos a todos os utentes, independentemente dos regimes de comparticipação.
  • Desde o dia 1 de Junho que o Estado está a comparticipar a 100% mais de mil medicamentos, sejam genéricos ou de marca, e a todas as pessoas, sejam pensionistas de baixos rendimentos, doentes crónicos ou utentes do regime geral. Este benefício tem abrangido todos os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que adquiram um remédio numa farmácia com a devida receita médica.
  • A medida gerou alguma confusão nas farmácias, que estranharam a dispensa, em apenas oito dias, de uma grande quantidade de medicamentos gratuitos e a pessoas que geralmente não beneficiariam de comparticipações a 100%. 'Do que me recordo, o diploma do Governo falava em comparticipações a 100% apenas para os pensionistas de menores recursos e para os cinco remédios com preço de venda ao público mais baixos', refere o técnico de uma das farmácias visitadas pelo CM, acrescentando que essa medida já está a funcionar.
  • 'A sinvastantina 20-60 da Ratiopharm [genérico], que era gratuita para os idosos, passou a custar-lhes 7,40 euros', disse. O que estranhou foi nos antibióticos para o regime geral: 'O Clavamox DT 16, que é de marca, e o seu genérico da Mylan eram mais baratos para quem trazia a receita médica, mas agora são gratuitos e o mesmo aconteceu com o omeprazol'.