Tuesday, June 15, 2010

INEM: finalmente detalhes da debacle

Estamos fartos de aqui escrever sobre o fim do SNS, tal como o conhecíamos: 1) tendencialmente gratuito; 2) tendencialmente para todos; 3) tendencialmente satisfatório.

O que vamos ver: a) um SNS para os pobrezinhos; b) um SNS para os pobrezinhos; c) um SNS para os pobrezinhos.

E quem são os pobrezinhos? Aqueles que habitualmente pagam poucos impostos (habitualmente o IVA que pagam associado à compra de Coca-Cola e de fraldas), e que não têm, nem terão dinheiro para comprar um seguro de saúde, ou não pertencem aos privilegiados da Função Pública (ADSE), ou a um qualquer Ministério (sistema de saúde dos funcionários do Ministério da Justiça), ou às forças militares ou militarizadas.

A Ministra Ana Jorge que não sabe nada de gestão, veio recentemente falar em "cortes na saúde", "mas que a gestão nem sempre significa cortes", e outras boutades de arrepiar qualquer reponsável de um órgão de gestão público ou privado.

Cortar nestes Senhores: Alto - Comissariado da Saúde ? Nem pensar.

Ou nestes Senhores: Entidade Reguladora da Saúde ? Nem pensar.

Ou ainda nestes Senhores: ARS - Norte ? Nem pensar.

E tantos outros que por aí há. Nem pensar.

Mas, corta-se aqui: A crise chegou ao INEM. O Governo vai encerrar 2 helicópteros e 25 ambulâncias. Os helicópteros sediados no Porto e em Lisboa deverão ser cancelados a partir do mês de Julho, o actual contrato termina este mês. Aliás, esta é uma das dez medidas de contenção anunciadas pelo conselho directivo do INEM às delegações regionais. A explicação é simples: o IMEM trabalha essencialmente à custa de horas extras. Em causa estão as horas extras levadas a cabo essencialmente pelos enfermeiros. Contas feitas, estão ao serviço 106 enfermeiros, mas deviam estar 300, ou seja, faltam 194 enfermeiros.

Mas, como o governo está sem rumo, logo se tenta desmentir o indesmentível: A ministra da Saúde esclareceu hoje que helicópteros ou ambulâncias de socorro do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) não deixarão de funcionar apesar dos cortes nas despesas dos organismos tutelados pelo seu ministério.