A auto-gestão não funciona. Comprovadamente, no passado, não funcionou. É até mesmo disruptiva. Em Portugal, numa altura em que o governo de Portugal deixou de dirigir a nação, e em que a direcção foi sub-rogada no Banco Central Europeu, os diferentes corpos do Estado estão à deriva. Caminhos muito perigosos, trilham agora os portugueses. Até quando? Até o Banco Central Europeu e os credores de Portugal assim o entenderem.
Sinais de auto-gestão:
- Só a distração ou a imprudência política pode ignorar os sinais preocupantes de deterioração da situação financeira do serviço nacional de saúde. Crescimento excessivo da factura dos medicamentos, défices crescentes dos hospitais, aumento incomportável das despesas de pessoal, etc.
Quem o afirma? O deputado europeu, Vital Moreira!
Outro sinal:
- Mas com a despesa com a comparticipação de medicamentos a crescer acima do orçamentado no primeiro trimestre de 2010 - um aumento de mais de 10% em comparação com o mesmo período de 2009 - é possível que o Ministério da Saúde tenha de avançar com um novo quadro de medidas. A hipótese já foi admitida pelo secretário de Estado da Saúde. "Se o efeito [das novas medidas de comparticipação de medicamentos] não for o previsto, temos de avançar com outro tipo de medidas", avançou Óscar Gaspar durante o encontro Tertúlias da Saúde, a 6 de Maio. E uma das formas de reduzir factura do Estado com remédios pode passar por reduções administrativas dos preços dos medicamentos.
Quem o afirma? O ainda Secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar.
Quando quem está no poder, vê que não tem controlo nenhum sobre a situação, é o sinal mais evidente de incompetência e de inoperância. E o que acontece? Nada. A coisa está em auto-gestão. Até onde permitirão os credores de Portugal (há quem lhes chame "especuladores financeiros"), que a situação vá em roda livre?