Quem o diz? A Senhora Ministra, Dra. Ana Jorge! O que quer dizer? Pois, não sabemos. Há uma cultura ancestral de intervenção do Estado em todas as actividades. Os pobres pedem maior intervenção do Estado. Os grandes grupos empresariais pedem maiores ajudas ao Estado. Este anátema é muito antigo, até o demonizado Dr. António de Oliveira Salazar acentuou a intervenção do Estado.
E agora, a Dra. Ana Jorge quer ser diferente: A ministra da Saúde, Ana Jorge, apelou hoje à «boa gestão» dos hospitais e pediu responsabilidades às unidades pelos seus gastos e cumprimento dos contratos-programa, recusando que o Ministério sirva de «paizinho» dos hospitais.
Chega a este extremo: «Não é necessário que o Ministério ou os seus organismos sirvam quase de um paizinho que tem de andar a acompanhar periodicamente os hospitais para eles cumprirem aquilo que são as regras que vêm na contratualização», advertiu a ministra, durante uma visita ao Hospital Geral do Centro Hospitalar de Coimbra.
Tudo isto por causa de um Relatório do Tribunal de Contas: Ana Jorge falava aos jornalistas a propósito da subida da dívida dos hospitais à indústria farmacêutica e do relatório do Tribunal de Contas que conclui que estas unidades estão a atrasar o pagamento aos fornecedores porque o Estado, no contrato-programa que define o financiamento das mesmas, não paga algumas actividades da prestação de cuidados.
Mas, há uma coisa que a Dra. Ana Jorge, enquanto Ministra da Saúde, não abdica, a nomeação de pessoas da sua confiança política e pessoal, nos hospitais do Estado! Pois, olha para aquilo que eu digo, mas não olhes para aquilo que eu faço!