Há muitos anos que o SNS não considera o tratamento dos dentes e da boca, como sua função. O Dr. George lá saberá porque é que a saúde oral não é importante!
Preocupante? Para nós é. Para a Inspecção Geral das Actividades em Saúde, ou para as entidades oficiais, parece que não. Se não, a situação não chegava ao que chegou.
Qual é o fundamento: Um terço das clínicas dentárias tem condições de higiene que podem gerar perigo ou risco grave para a saúde pública. A conclusão integra o relatório da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), no âmbito de uma fiscalização a consultórios privados, feito com o apoio da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD). Das 36 clínicas investigadas, 12 foram alvo de medidas cautelares de saúde pública, como o encerramento.
Chega-se a este ponto: A maior parte destas irregularidades (20% da amostra) envolvia os materiais utilizados, que foram destruídos logo no momento. Exemplos são lâminas de bisturi ou medicamentos fora de prazo.
A medicina dentária foi objecto de aproveitamento do sector privado, causado pelo vácuo do Estado, ou seja do pomposamente criado SNS. E quando se abre um espaço, aparecem muitos. Qual corrida ao ouro.
Criaram-se até alguns casos de sucesso, até internacional, como é o caso da Maló Clinics.
Mas, existe também por esse Portugal, muito "mecânico" que faz "dentaduras", e que sobrevive por uma questão de produto/preço, para uma população envelhecida e com um nível de reformas quase miseráveis.
Depois, é confrangedor ver jovens dos 10 aos 20 anos, com a boca destroçada, motivada pelo desleixo dos pais e a incúria da Saúde Pública. Depois, e atendendo aos preços proibitivos da medicina dentária privada, vai-se criando uma degradação sempre maior.
Entretanto, com o PEC, as despesas com a saúde vão ser desincentivadas. Ou seja, se a saúde oral vai mal, só poderá piorar, porque o SNS não vai fazer rigorosamente nada nesta área.