O Ministério da Saúde anda mal governado. Há bastante tempo. Mas, parece que 2010, vai bater todos os recordes. Vejamos:
1. Depois do Conselho da Europa ter vindo a público afirmar que "a Gripe A foi uma falsa pandemia", a Dra. Ana "Gripe A" Jorge vem com esta boutade: a gripe A não foi uma falsa pandemia e defendeu todas as medidas tomadas contra a doença, nomeadamente a vacinação. "Os números apontam para que não seja uma falsa pandemia", disse Ana Jorge, acrescentando que em Portugal o vírus fez "mais de 80 mortes". Na realidade foram 97. Só que a Dra. Ana "Gripe A" Jorge não refere quantas pessoas morrem em Portugal, todos os anos, por causa da chamada gripe sazonal, sem se fazer o alarido mediático que ela fez!
2. A DECO veio mostrar que a maior conquista de Abril, o SNS, anda pelas ruas da amargura: "Surpreendeu-nos o facto de muitas famílias deixarem de fazer tratamentos por falta dinheiro, o que significa que o Serviço Nacional de Saúde não está a cumprir a sua missão", diz Carlos Morgado, sociólogo que coordenou o estudo, a publicar na revista Teste Saúde de Fevereiro. Extrapolando para a população nacional estão em causa 650 mil famílias.
3. O "menino de ouro" do Prof. Correia de Campos, vindo da Médis, vai regressar à Médis: A presidência do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que integra os Hospitais de Santa Maria e Pulido Valente, vai mudar em Fevereiro próximo. O actual presidente, Adalberto Campos Fernandes, deixa o cargo, que ocupou durante cinco anos, e regressa ao seu antigo grupo, o Millenium bcp. Para o seu lugar vai Correia da Cunha, hoje director clínico daquela unidade.
4. A entidade reguladora do medicamento vai ter um orçamento farto em 2010: O orçamento da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) cresce 75,6% em 2010, atingindo os 49 milhões de euros, segundo a proposta do Orçamento do Estado (OE) entregue pelo Governo terça-feira no Parlamento.
5. A despesa com a saúde pública explode, mesmo em ano de "vacas magras": O total da despesa da saúde cresce 10% em relação a 2009, situando-se nos 9504,5 milhões de euros, graças sobretudo ao aumento dos gastos de funcionamento e da transferência de verbas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) de 8698,7 milhões.
6. Depois do fausto de 2009, mais financiamento para os faustosos: Os hospitais com gestão empresarial terão um reforço orçamental de 200 milhões de euros durante este ano para a realização de capital estatutário, segundo a versão preliminar do Orçamento de Estado de 2010.
Crise? Qual crise?