Fonte: aqui.
Vivemos tempos estranhos. A falta de estratégia para um país uno e com história, até dói. Ao contrário do que muitos pensam, os países em que se vive melhor, são países pequenos, quer geográficamente, quer demográficamente. A Suíça ou a Suécia. A Dinamarca ou Singapura. A Nova Zelândia ou a Holanda. E não se fale que são produtores de petróleo ou de ouro, que não são.
Por cá, temos gente que tem passado pelo poder, deixando a marca indistinta da falta de rigor e de estratégia. Depois, muita conversa, que vai do "discurso da tanga", até ao "discurso da treta".
Esta para nós é conversa da treta: «Este hospital é importante para o Tâmega e Sousa mas é sobretudo fundamental para o Serviço Nacional de Saúde. Temos seis hospitais em construção, em Cascais, Braga, Guarda, Hospital Pediátrico de Coimbra e também em Lamego».
Não. Não somos contra a construção de hospitais. Antes pelo contrário. O que achamos estranho é este frenesim de "construção hospitalar a 30 dias das eleições de Setembro". Evidentemente que não é por mero acaso que estas "novidades" chegam agora. Antes, ouvíamos falar do Aeroporto da OTA (?), ou de Alcochete (?). Pior, viajamos pelo país e encontramos Portugal pejado de estradas e auto-estradas. E o TGV já andará por aí?
Porquê agora hospitais? Pior, "primeiras pedras de hospitais"?
Quem irá pagar esta "primeira pedra": «Este hospital é importante para o Tâmega e Sousa mas é sobretudo fundamental para o Serviço Nacional de Saúde», afirmou o Primeiro-Ministro, em Amarante, na cerimónia de lançamento da primeira pedra do novo Hospital de Proximidade?
Que bonito lançar obras a 30 dias de abandonar cargos! É oportuno, sem dúvida.
Já agora, e os hospitais que demonstram há anos, ou mesmo décadas, sinais evidentes de degradação, ao ponto de estarem até ameaçados de colapso parcial (lembramo-nos do Hospital de Vila Franca de Xira)?