Os portugueses são bons no improviso. Os portugueses não gostam muito de planificar. É pena, que assim seja. No sector da saúde pública vive-se constantemente no improviso. A gestão estratégica é inexistente. Tapam-se buracos. Apagam-se fogos. Lembremo-nos, apenas, dos que foram resolver os problemas derivados das listas de espera de oftalmologia a Cuba!
Agora, é vez das listas de espera de urologia: As listas de espera para uma consulta de urologia ainda superam um ano em muitos hospitais, disse ao DN o médico Real Dias, presidente do colégio da especialidade da Ordem dos Médicos.
Isto é o que salta para a imprensa. O que não acontecerá por esse país fora, com gente amordaçada pela ineficiência sistemática dos serviços.
O governo limita-se a apagar fogos, mas ainda cria mais frustração, quando cria Leis que não funcionam na realidade: o Governo já definiu em portaria, em Dezembro, que os tempos máximos de espera por consultas não prioritárias não deverão exceder os 150 dias, regra que já está em vigor desde Janeiro.
Então há uma Lei que fixa os tempos máximos de lista de espera em 150 dias, e na realidade há listas de espera de mais do que 365 dias? Para que serve então a Lei? Apenas para enganar os portugueses!
Depois, cada um tem uma solução:
- Helder Monteiro, director do serviço de urologia do Hospital Egas Moniz, admite haver atrasos na resposta na sua unidade. Porém, desde o início do ano, a unidade desenhou o seu próprio plano de intervenção (ver caixa). "As consultas prioritárias têm de ter resposta mais rápida, tal como as primeiras consultas", sublinha. O grande problema está "nas consultas subsequentes, que podem ser marcadas para daí a seis meses, um ano ou ainda mais tarde".
- Francisco Rolo sugere uma solução para acelerar as respostas com base na "triagem dos casos, prioritários ou não, e a emissão de cheques-consulta depois de ultrapassado o limite de tempo que for estabelecido".
Onde estão os "Administradores" da saúde pública?