O planeamento na actividade das organizações tem sido desleixado dado que se assume que num mundo em constante mutação é superfluo tentar planear e perspectivar o futuro. Não. Mesmo numa constante mudança, deve-se tentar prever o futuro e até mesmo antecipá-lo.
Vê-se neste caso que não houve planificação por parte do Ministério da Saúde quando decidiu encerrar serviços de saúde na margem Sul do Tejo:
- A necessidade de ser construída uma nova unidade na margem Sul do Tejo intensificou-se em 2007, depois do fecho total ou parcial de Serviços de Atendimento Permanente (SAP). "Há um excesso de pessoas no serviço de urgência do Garcia de Orta", salienta Jorge Fernandes, do secretariado das comissões de utentes da saúde do concelho de Almada. "A situação é caótica, porque a partir das 20 horas, o único recurso é o Garcia de Orta", avança.
Fechar serviços é tarefa fácil. Contudo, entopem-se as alternativas que funcionam. É a teoria dos vasos comunicantes.
Agora, só resta tentar agilizar novas soluções. Contudo, até que venham a existir novas soluções, os cidadãos vão sofrer muito:
- "Cada dia que passa a situação agrava-se", conta o autarca, lembrando que o Hospital do Seixal foi definido em 2006 como a terceira prioridade a nível nacional. Alfredo Monteiro recorda igualmente que o Garcia de Orta "tem três vezes mais população do que o previsto e é o hospital com maior ocupação em Portugal em todas as áreas".
- "Foi constituído um grupo técnico, encarregue de aprofundar a definição do perfil assistencial e o dimensionamento da nova unidade hospitalar, o que está a decorrer", avançou ao JN a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT).
As populações da margem Sul do Tejo ainda vão ter muito que esperar.