Gostamos de verdade. Não gostamos de aparências. Não gostamos de mistificações. Gostamos ainda menos de mistificadores!
Tudo isto a propósito desta "pérola": o relatório do OE2008 limita-se a adiantar a saúde oral como "domínio prioritário, especialmente focalizado na prevenção da doença de modo a que alguns segmentos da população, em particular crianças, grávidas e idosos com baixos rendimentos, possam ter dentes saudáveis".
Vamos ao portal do Ministério da Saúde e vemos com mais detalhe a tal "pérola": Pela primeira vez, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai integrar um Programa Nacional de Saúde Oral, que vai alargar ao conjunto das crianças de 6 a 12 anos a intervenção de prevenção da cárie dentária realizada nas escolas, assegurar a cobertura de 65 mil grávidas e aumentar os apoios aos idosos beneficiários do complemento solidário na aplicação de próteses.
Senhor Professor Correia de Campos, perguntamos-lhe: quantos portugueses vão ser abrangidos pelo novo Programa Nacional de Saúde Oral? 150.000? 200.000? Estamos ou não a fingir que o Serviço Nacional de Saúde presta serviços na área oral? Estamos definitivamente a fingir, Senhor Ministro!
Mais valia dizer aos portugueses, a ladaínha habitual, "não há dinheiro, não há higiene oral"!
É que com medidas destas, estamos a contribuir para a imagem do Serviçozinho Nacional de Saúde para pobrezinhos! Ou dito de outra forma, só recebem o cheque-dentista os pobres.....indigentes e grávidas! Por amor de Deus.
Vejamos o que se passa em alguns países Europeus:
- Em Inglaterra, diz, toda a gente tem acesso à saúde oral, com diferentes níveis de co-pagamento em função do rendimento.
- em Espanha, todas as crianças têm cuidados gratuitos até aos 18 anos, idade a partir da qual se entende que a prevenção é responsabilidade individual.