Wednesday, November 28, 2007

A contra-informação e a mistificação

A droga ou se quiserem os estupefacientes, são um tema complexo em todo o mundo. Não é um problema de ricos ou de pobres. É uma batalha constante e eterna.

Tudo isto a propósito de dois relatórios sobre a situação da toxicodependencia e da sua relação com a SIDA/ HIV, em Portugal.

Vejamos o que nos diz o relatório do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependencia:
  • Portugal continua a ser o país da União Europeia com maior incidência de sida e de transmissão deste vírus entre toxicodependentes, segundo conclui o relatório de 2007 do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT).
  • «Portugal continua a ser o país com maior incidência de sida relacionada com o consumo de droga injectada, com 36 novos casos estimados por milhão de habitantes em 2005, quando em 2004 referia apenas 30 casos por milhão».
  • Em relação ao HIV, Portugal detém o mais elevado índice de transmissão entre toxicodependentes, com 850 novas infecções diagnosticadas.

Vejamos agora o que nos diz o relatório do IDT (Instituto da Droga e da Toxicodependencia):

  • O presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência afirmou hoje os dados do Observatório Europeu que apontam Portugal como o país com maior incidência de VIH entre Consumidores de Droga Injectável «são muito diferentes» das estimativas portuguesas.

E, já agora esta outra notícia:

  • Portugal reforçou este ano a tendência decrescente das infecções de VIH/Sida entre toxicodependentes, apesar de os casos associados ao consumo de droga injectável atingirem 45% do total e colocarem o país no topo das cifras negras europeias.

E também uma outra "obra" realizada pela Câmara Municipal do Porto, que o IDT decidiu deixar de financiar: A polémica continua na cidade do Porto, com o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) a assegurar que nunca quis acabar com o programa «Porto Feliz». Em entrevista ao PortugalDiário e Rádio Clube, o presidente João Goulão assegurou que se tratou de uma decisão de Rui Rio, numa altura em que se negociava uma abordagem da problemática da droga na cidade.

Infelizmente, chegamos à conclusão que quem está à frente de vários organismos públicos, como é o caso do IDT, prefere continuar a mistificar a realidade, mas continuando a gastar dinheiro sem nenhuns resultados alcançados. E quando alguém consegue, como a Câmara do Porto, logo se corta no orçamento, com o grande argumento do momento, "por razões orçamentais"!

Poupem-nos, vão-se embora!