O SNS criado em 1979, não é o mesmo que foi alterado em 1990. Não falamos nos seus autores, para não personalizar. O SNS foi uma criação idealista de um conjunto de pessoas que queriam dar mais a mais pessoas!
Entretanto, a saúde está-se a tornar a nova doença: fala-se já numa esperança média de vida de 120 anos, fala-se de evitar ou reduzir a dôr, fala-se de não poder estar doente por causa da concorrência no mercado de trabalho.
Os hipocondríacos aumentam. Ninguém quer estar doente, ninguém quer sofrer!
As tecnologias, os medicamentos e o aumento do conhecimento científico, trouxeram uma melhoria global da qualidade de vida. Mas, tudo tem um preço. Quem paga esse preço? Todos? Cada um?
Hillary Clinton disse, recentemente, a propósito da sua candidatura a Presidente dos EUA: "I believe that everyone—every man, woman and child—should have quality, affordable health care in America". É bonito. Fica-lhe bem. Mas, como atribuir uma qualidade de saúde para todos, quando os EUA gasta quase 20% do seu PIB, em saúde? Difícil.
Por cá, as dificuldades no SNS, são já muitas, mas o actual Governo tenta racionalizá-lo, embora não admita formalmente que a qualidade do SNS se tem degradado. Será mesmo que se degradou, ou estamos perante uma falácia de hipocondríacos?
- Sindicatos e comissões de utentes promovem este sábado, em vários pontos do país, iniciativas públicas em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), num protesto contra a «postura de ataque do governo».
- Os projectos de municipalização e privatização dos cuidados de saúde primários, o encerramento de maternidades e urgências e o aumento dos custos da saúde são alguns dos motivos que estão na origem destas iniciativas.
Quem trabalha no universo da saúde, vai ter uma vida mais difícil, nos próximos tempos. Mas, quem é que não a terá?