Lemos um artigo, bastante interessante, da ex-Ministra da Saúde, Professora Manuela Arcanjo, que resumimos nestes pontos:
- Na semana passada, o PR destacou as assimetrias no acesso aos cuidados de saúde e as falhas dos programas específicos de prevenção e tratamento seja de dependências seja de doenças crónicas.
- Nos últimos anos, a análise da natureza e dimensão da reforma dos sistemas de saúde (e da segurança social) em diversos países europeus tem suscitado enorme interesse científico. Dos estudos publicados, destaco duas conclusões. Em primeiro lugar, e ao contrário do que era esperado, não foi observada uma mudança radical mas um processo adaptativo a uma nova realidade geradora de um incontornável acréscimo de recursos. Segundo, a contenção de custos foi identificada como a dimensão dominante - justificada pela consolidação das finanças públicas - embora expressa por uma desaceleração, em graus diferentes, do crescimento da despesa pública em saúde.
- Por cá, o ministro da Saúde parece ter outro objectivo: o de apresentar Portugal como um "estudo de caso" com uma redução da despesa pública!
Ora bem, terá a ex-Ministra com alguma inveja do actual Ministro? Ou estará a ex-Ministra a confessar, em público, algo que muitos de nós pensamos em privado, sobretudo quando afirma, "Aquilo a que se assiste traduz apenas uma visão contabilística da saúde ou terá alguma estratégia inconfessável?"?
O futuro dirá.