Sunday, October 22, 2006

Onde está o consumidor da saúde?

A propósito do 8º Congresso Nacional das Farmácias, lemos esta frase proferida pelo Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos: "Aranda da Silva criticou um debate sobre o sistema de saúde que se aplicaria a qualquer sector, em que “os doentes, os profissionais de saúde, as unidades e os cuidados sanitários desaparecem de cena”.

Onde está o doente? Adormeceu? Continua a pagar impostos, para suportar a vasta lista de Corporações?

Toda a gente fala de mudança na saúde, a começar pelo
Senhor Ministro da Saúde:

  • "Correia de Campos revelou ontem que aguarda promulgação do diploma relativo à criação de farmácias de venda ao público em hospitais públicos".
  • "O ministro da Saúde anunciou ontem que o novo diploma sobre propriedade das farmácias deverá estar em discussão pública em Novembro".
  • "António Correia de Campos recordou que a alteração da propriedade das farmácias é uma decisão do Governo que é “pouco popular” para os farmacêuticos, mas que os representantes das farmácias subscreveram, “embora com explícitas e leais discordâncias"".
  • "Correia de Campos destacou que aguarda promulgação do diploma relativo à criação de farmácias de venda ao público em hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
  • "Acrescentou que estão em discussão públicas os diplomas de alargamento do horário das farmácias e o que transforma em preço máximo o preço fixo dos medicamentos e disse que não entende aqueles três diplomas como prejudiciais aos proprietários de farmácias".
  • "O ministro da Saúde anunciou que estão em preparação medidas para solicitar a farmácias interessadas que administrem na comunidade medicamentos altamente dispendiosos a doentes com patologias como cancro, sida e doenças hematológicas, entre outras, que tem cabido exclusivamente aos hospitais do SNS".
  • "Correia de Campos disse que o ministério gostaria de iniciar pelas farmácias de hospital a distribuição de medicamentos em dose fraccionada, “medida que representa uma revolução organizativa com elevado potencial de poupança".

Como contribuintes que somos, apreciamos o labor do Professor Correia de Campos, no sentido da poupança. Todos sabemos que o Estado é de todos, o que no nosso país significa que não é de ninguém! Esta ambiguidade, tem causado um despesismo exponencial nas despesas desse mesmo Estado.

Mas, onde estão os estudos que comprovam que as mudanças estão de acordo com os interesses e a satisfação dos doentes? E dos contribuintes?

Por exemplo, não entendemos ainda, como é que as Farmácias podem substituir os Hospitais, na dispensa de medicamentos a doentes com câncro ou HIV. A que preço? Quem paga esse preço? Não são gratuitos alguns desses medicamentos nos Hospitais? Veremos o que dizem as próximas notícias!