Wednesday, January 25, 2012

Crónica de uma morte anunciada III

Já por aqui vamos escrevendo sobre a prevista morte do chamado Serviço Nacional de Saúde. Isto é, não vão acabar os hospitais, nem os Centros de Saúde. Não vão fechar os IPO's, nem os médicos vão ficar todos desempregados. Mas, Portugal não gera riqueza para suportar laboratórios farmaceuticos pomposamente enriquecidos. Portugal não gera riqueza para dar trabalho a todos os médicos que se passeiam pelos hospitais de Lisboa, Porto e Coimbra. Portugal não gera riqueza para dar análises clínicas e meios complementares de diagnóstico quase gratuitos a quase toda a gente. Portugal não gera riqueza para ter muita gente rica no Serviço Nacional de Saúde, quando os contribuintes estão depenados e o país em bancarrota.

Este é só mais um retrato que ilustra o que nós já pensamos há muito:
  • De acordo com o INE, entre 2000 e 2008, os gastos em saúde, em termos nominais, cresceram 4,9% por ano, ao passo que o crescimento médio anual da riqueza nacional se ficou nos 3,9% - o que coloca o País como o quinto que mais gasta na União Europeia, logo depois de países como França, Alemanha, Áustria e Bélgica. A despesa total do sector ascendeu a mais de 17 mil milhões, o que representa 10% do PIB.
Ou seja, é muito bonito ter quase tudo gratuito quando se vai a um serviço público de saúde, mas quem paga? As empresas competitivas fogem do país. Os membros mais válidos e com potencial apressam-se a sair de Portugal, ou são empurrados pelos Governos. Perante isto, o que se quer? Milagres? Só em Fátima, e é só para quem acredita!

Ainda para mais num cenário nada improvavel, mas que contribui adicionalmente para adensar as já de si nuvens negras: A expectativa é que os custos com saúde continuem a crescer nos próximos anos, pressionados por três factores principais: o envelhecimento da população, o ritmo da inovação tecnológica e o aumento das doenças crónicas são os três factores apontados pelos especialistas para o agravamento da despesa, ameaçando a sustentabilidade do sistema.

Perguntamos nós, valerá a pena pagar impostos neste momento em Portugal? Quais serão as contrapartidas desse pagamento?