Vivemos na "era Maddoff". A era em que a ganancia é tremenda. A era em que todos querem ser muito ricos. Mesmo aqueles que não são muito ricos, e percebem que nunca conseguirão vir a se-lo, fazem coisas destas:
- Oitocentos e dois mil euros foi a despesa dos técnicos da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) em deslocações em serviço no estrangeiro durante 2010 e entre Janeiro a Setembro de 2011, segundo informações da base de dados do Governo.
- Os destinos dos colaboradores daquele organismo variam entre Cabo Verde, Malásia, Índia, Estados Unidos da América, Brasil, Guatemala e várias cidades europeias.
Claro que se pode alegar sempre que há Conferencias sobre temáticas relevantes na Guatemala e em Cabo Verde. Aliás, estes países reunem muita da nata científica mundial, junto a uma cabana!
Num país em que tudo é nivelado pelo salário mínimo nacional, de 485 euros mensais, isto é estrondoso: Uma formação em Londres, para dois participantes, durante cinco dias, custou 2699 euros.
Pior, isto revela uma mentalidade tacanha e pouco escrupulosa: O Infarmed salienta que o "valor despendido na maioria das deslocações em serviço é reembolsado ao Infarmed pelas entidades que as promovem". Ou seja, a entidade reguladora da farmácia e do medicamento anda a pôr os seus técnicos a viajar, e as despesas inerentes serão pagas pelos laboratórios farmacêuticos? Para nós isto tem um nome, mas deverão ser as entidades que exercem a auditoria sobre o Infarmed (Ministério da Saúde?) é que deverão chegar a conclusões!