Portugal vive o surrealismo. Há muitos anos. Mas, a dimensão fantasmagórica acentua-se. Não há regras. Não há limites. Há amigos. Muitos amigos. E tudo correrá bem. O resultado está à vista, a falência de um povo e de um Estado.
Vejamos mais um fenómeno tuga: Três anos após a inauguração, que se cumprem domingo, a primeira farmácia hospitalar a abrir no país, em Leiria, vive dificuldades financeiras e um processo de insolvência requerido pelo próprio hospital onde funciona.
Surpreendido? Não. No mundo puro e duro dos negócios e da gestão, houve gente que pensava que conseguia viver na alquimia por muito tempo. Transformar esterco em ouro?! Como? Numa farmácia hospitalar próximo de si, com o patrocínio do então Ministro da Saúde, Prof. Correia de Campos.
A loucura foi desmedida, e acentava na velha dialética dos "amigos", que haveriam de suportar qualquer despiste. Isto é pura insanidade: A empresa Elias Tomaz - Farmácia Unipessoal garantiu a concessão por cinco anos e ficou responsável pelo pagamento de uma renda fixa anual de 100 mil euros e de um valor mensal de 30,25 por cento do volume de vendas.
Depois, vêm com o número do ingénuo: Pelo meio deixava críticas ao Governo, acusando-o de não ter avançado, como prometera, com a autorização de venda de medicamentos por unidose, de antirretrovirais e por denominação comum internacional, ou seja, por princípio activo.
A culpa parece que foi do Ilusionista de serviço: Afinal, o hospital de Leiria garantia o estatuto de ser o primeiro a abrir uma farmácia hospitalar. José Sócrates sublinhava então a “vitória dos utentes sobre os interesses corporativos” e Ana Jorge destacava as revoluções futuras na Saúde e “a coragem do concessionário”.
Só acreditam em ilusões, os iludidos. Ou os espertos. Chicos...