Sabemos que a contabilidade é uma arte. E que a engenharia financeira se tornou uma moda. Ou seja, cada um faz as contas à sua maneira. É triste que assim seja, porque afinal se há algo de objectivo nas nossas vidas são os números.
- O Serviço Nacional de Saúde (SNS) continuou a apresentar, no final de 2010, um saldo financeiro negativo que chegou a 448,9 milhões de euros, mais 111,8 milhões de euros que no anterior.
- E as principais áreas do sector onde Portugal se comprometeu com a troika a fazer cortes - medicamentos, custos com hospitais e transporte de doentes - estão entre as que mais cresceram.
- No exercício de 2010, os 42 hospitais e Unidades Locais de Saúde com natureza empresarial que integram o SNS tiveram um resultado líquido negativo de 322,1 milhões de euros.
Afinal as rosas tinham muitos espinhos. E agora, querem a quadratura do círculo:
- Nos medicamentos, o acordo com o Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia que permitiu o resgate financeiro do país em 78 mil milhões de euros prevê cortes superiores a 900 milhões de euros em apenas dois anos (2012 e 2013);
- nos hospitais, impõem-se reduções de 200 milhões nos custos operacionais, neste ano e no próximo;
- até Dezembro está prevista uma redução de 30 por cento da despesa pública com o transporte de doentes e, no prazo de um ano e meio, uma eliminação de 20 por cento no gasto global com entidades convencionadas.
Enganados os portugueses. Sempre foram. Sempre serão. Não é só uma questão de educação. É uma questão de postura perante os outros. É o fado!