A ADSE é adorada pelos seus membros, porque presta um serviço adequado a um preço interessante. A ADSE é adorada pelos prestadores privados de saúde, porque serve de alternativa à fraca oferta pública. A ADSE não é amada pelos contribuintes, que têm que pagar uma mordomiazinha aos funcionários públicos.
E agora, o que fazer à ADSE, quando o Estado português foi salvo da falência real, pela Tróika?
E o que fazer perante isto:
1. É mais um apertar do cinto: todos os funcionários públicos, no activo ou reformados, vão sofrer um corte de 1,5% no subsídio de férias. Segundo o «Correio da Manhã», os serviços já estão a preparar os cortes. A motivar esta descida está o facto de o Orçamento do Estado de 2011 contemplar que os descontos para a ADSE se apliquem sobre os subsídios de férias e de Natal.
2. No ano passado, a ADSE - subsistema de saúde dos funcionários públicos - gastou 468,85 euros por cada beneficiário, mais 6% que no ano anterior, revela o Relatório de Actividades de 2010 do organismo, publicado ontem.
3. O Centro Hospital de Lisboa Ocidental (CHLO), que inclui os hospitais Egas Moniz, São Francisco Xavier e Santa Cruz, está a recusar a marcação de primeiras consultas a todos os utentes que não sejam da área de influência. Isto, mesmo aos doentes que são atendidos nas urgências daqueles estabelecimentos, aos beneficiários da ADSE, aos presos enviados pelo hospital-prisão de Caxias, aos utentes dos Palops (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e aos cidadãos com cartão europeu de saúde.
4. A ADSE - subsistema de saúde da administração pública - recebeu no ano passado reforços orçamentais num total de 73,3 milhões de euros para pagar aos prestadores de cuidados de saúde que têm acordo com este subsistema (convencionados). Ainda assim, o reforço orçamental não foi suficiente para fazer face aos compromissos.