Thursday, June 03, 2010

A grande festa

Somos bombardeados todos os dias, com o "papão" do aumento de impostos, supostamente para pagar as despesas do Estado, com a saúde, os desempregados, a educação, etc.

Pouco se fala, e sobretudo, pouco se corrige, sobre as várias "festas" em curso na maioria dos serviços do Estado. Esta é só mais uma festa, em que provavelmente, algumas das "comadres" se zangaram:
  • O Tribunal de Contas (TC) fez uma auditoria ao Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) cujas conclusões são arrasadoras para esta entidade.
  • Num relato ainda em fase de contraditório, os auditores notam que as remunerações pagas aos membros do conselho de administração aumentaram "50,2 por cento entre 2006-2008" (mais de 1,3 milhões de euros) face ao triénio anterior e que três directores comerciais receberam prémios no valor de 129.750 euros porque alcançaram objectivos de cobrança de dívida.
  • foram atribuídas 25 viaturas a membros do conselho de de administração e colaboradores "para fins não exclusivamente profissionais" e questionam o facto de os abonos de despesas de representação estarem incluídos nas remunerações mensais e, como tal, serem pagos 14 vezes por ano.
  • "O SUCH não tem contribuído para o funcionamento eficiente dos seus associados maioritariamente públicos e, consequentemente, para a sustentabilidade do SNS, designadamente por apresentar custos de estruturas injustificados face às restrições orçamentais impostas aos associados".
  • As adjudicações "nem sempre se basearam em critérios de eficiência, mas sim na possibilidade de adjudicação sem concurso prévio", acrescentam os auditores, que destacam a existência de contratos públicos efectuados por entidades privadas.
  • o crédito bancário da associação ascendia em 2009 a 33,2 milhões de euros e os resultados líquidos negativos atingiram os 5 milhões de euros. "A criação dos serviços partilhados conduziu a associação a uma situação financeira crítica que contrasta com a situação globalmente equilibrada" verificada em 2005 (a actual administração entrou em 2006).

De facto, razão têm os "especuladores financeiros" (os tais que têm a dívida pública portuguesa) em exigir cada vez mais juros à República. Esta gente, que supostamente deveria defender o interesse público, são autênticos devotos do capital (se calhar, em vez de trabalharem no SUCH, deveriam trabalhar num qualquer off-shore ou hedge fund, onde estariam mais bem enquadrados). Contudo, estão nestes lugares há tempo suficiente, para que a chamada "tutela" tivesse já percebido o que lá se passava.