Wednesday, February 10, 2010

Estado versus José de Mello Saúde: release 2

A José de Mello Saúde pode defender os seus interesses, e não os interesses do Estado. Mas, deve-se dizer que a família Mello muito fez e continua a fazer por Portugal. Aliás, se o Estado não sabe defender-se, a culpa não é da José de Mello Saúde.

Depois do fim da parceria público-privada do Hospital Fernando da Fonseca, o "zumbido" do novo Hospital de Braga já se sente. E acentua-se: O Hospital de S. Marcos, em Braga, é o hospital português com mais dívidas a fornecedores e a prestadores de serviços. No total, o hospital deve 35,1 milhões de euros. A dívida diz respeito à gestão pública da unidade de saúde. Há quatro meses, o hospital passou a ser gerido pela empresa Escala Braga, propriedade do Grupo José de Mello Saúde.

Em qualquer país desenvolvido, este tipo de situação é uma vergonha (o que se está a passar na Grécia tem precisamente que ver com isto, a total desresponsabilização do Estado perante entidades que o fornecem).

Vergonhas de um Estado, que deveria ser um exemplo para todos os seus contribuintes:
  • As dívidas são muitas e aos mais variados credores. Diversos fornecedores do hospital estão, judicialmente, a solicitar o pagamento das dívidas.
  • "O hospital deve-me 25 mil euros do pão que, diariamente, entregava no S. Marcos", disse, ao JN, o responsável por uma pequena panificadora de Braga. "Para uma empresa grande como o hospital, 25 mil euros é pouco dinheiro, mas para uma empresa pequena como a minha, pode significar a falência", frisou o empresário que, apesar de já ter avançado com uma acção em tribunal, exigindo o pagamento da dívida, prefere não ser identificado.
  • Também uma empresa de produtos de higiene e desinfecção prefere permanecer anónima. "Devem-nos 75 mil euros mas acreditamos que o hospital vai pagar o que deve", referiu o responsável pela empresa.
  • A Clínica de Neurofisiologia Neurobraga está a em "aperto" por causa das facturas não pagas. No mês de Setembro de 2008, a unidade de saúde deixou de pagar facturas mas continuou a enviar doentes para exames auxiliares de diagnostico. Actualmente, a dívida ascende a 79 mil euros. "Estamos com dificuldade em pagar ao pessoal e em adquirir novos equipamentos".

Como pode este mesmo Estado, andar a perseguir contribuintes que não cumprem as suas obrigações fiscais? Não tem qualquer moral para o fazer.