O título não é nosso, vem daqui. A situação não é nova, o problema é até recorrente e tem barbas brancas! Trata-se de mais uma permanente irresponsabilidade do Ministério da Saúde e do Governo de Portugal:
- "A situação nacional relativa à dose de radiação associada a procedimentos médicos envolvendo radiação ionizante é desconhecida", lê-se no trabalho Caracterização do estádio de inovação tecnológica, em saúde, em Portugal.
- As radiações ionizantes são usadas em radiografias, mamografias, TAC e são agentes carcinogénicos, ou seja, podem ser indutores de cancro, "uma probabilidade que aumenta quando maior é a dose", nota Maria do Carmo Lopes.
- O estudo divulgado este ano, encomendado pela Associação Portuguesa de Seguradores, dá conta da "ausência de uma estratégia de promoção de protecção radiológica e protecção do paciente". Os investigadores consideram "preocupante a desvalorização (e desconhecimento) das administrações e alguns profissionais de saúde [médicos] sobre protecção radiológica", considerando essencial monitorizar-se "a dose de radiação".
A situação é inacreditável, mas um Responsável do Ministério da Saúde tem outra opinião: "Eu não diria que há desconhecimento. Há alguma falta de fiscalização, que cabe às administrações regionais de Saúde [ARS]", responde Pedro do Rosário, responsável pela área na DGS, notando que estão a dar formação e a dotar as ARS de equipamentos para poderem fazer esse trabalho.
Pior, muito pior é isto: "Há quatro ministérios com competências espartilhadas na área da radioprotecção: Saúde, Ambiente, Economia e Ciência. Cada um exerce ou não as suas competências."
Daqui do nosso canto, apenas dizemos: a incompetência é total e o doente nem sequer é lembrado, mas é o contribuinte que paga a todos estes "espertos". Até quando?