Uma vez, há muitos anos, houve um estudo da Organização Mundial de Saúde que classificou o SNS em 12º lugar, no quadro de todos os sistemas de saúde avaliados por aquele organismo da ONU. Desde aí, os funcionários do SNS, acham sempre que o SNS é o 12º melhor do mundo. Esquecem-se as referidas pessoas, que o mundo evolui. Uns pela positiva, outros pela negativa.
Vejamos em que lugar é que está agora o SNS, num ranking a nível europeu: O sistema de saúde português está mal posicionado em comparação com outros países europeus - Portugal aparece em 25º lugar num ranking de 33 países europeus (A lista acaba de ser divulgada por um organismo que avalia a qualidade dos sistemas de saúde e que é apoiada pela Comissão Europeia).
É mau? Bem, poderia ser pior! Mas, avaliemos então mais informação:
- O sistema com melhor classificação é o holandês, seguido da Dinamarca e da Islândia. O sistema português está no fim da tabela, apesar de ter subido uma posição.
- No capítulo do “direito dos utentes à informação”, Portugal tem três insuficientes: no direito a uma segunda opinião médica, na consulta do seu processo clínico e no que respeita a informações sobre tratamentos além-fronteiras.
- Quando se fala da utilização da internet para facilitar a vida dos utentes, Portugal só tem uma nota boa: é possível marcar consultas através da internet.
- Quanto aos tempos de espera, por exemplo, o acesso ao médico de família no próprio dia, a nota é insuficiente, assim como o acesso a um médico de especialidade e as cirurgias programadas que demoram mais de três meses.
- Mudando de capítulo e seguindo-se para os indicadores de saúde, nota positiva na redução da mortalidade infantil, mas os restantes indicadores são médios ou mesmo insuficientes, como por exemplo na taxa de mortalidade associada a ataques cardíacos.
- O relatório mede também o alcance de alguns serviços em particular a taxa de mamografias, que é considera média ou o número de transplantes renais, onde Portugal aparece com nota positiva.
- Por fim, acesso aos medicamentos: nota média no que respeita à comparticipação do Estado, e nota insuficiente no acesso a novos medicamentos para as doenças oncológicas.
O Senhor Bastonário da Ordem dos Médicos refere a este mesmo propósito, isto: “É uma perspectiva de uma organização que olha para o sistema de saúde na perspectiva do cliente e é óbvio que o nosso sistema de saúde deixa a desejar. Em contrapartida o nosso sistema de saúde pode, com uma enorme eficácia do ponto de vista clínico, sendo aquele que menos gasta em termos de euros per capita”, refere.
Pois é, no SNS tudo funciona na óptica do funcionário, quer ele seja o Administrador, o Médico ou o Enfermeiro! Quanto ao doente, nem se sabe que ele existe.
As coisas vão mudar, e muito.