Durante as últimas décadas, a má distribuição geográfica dos médicos, tem sido compensada pela vinda progressiva de médicos do estrangeiro, quer sejam espanhóis, ucranianos, moldavos ou brasileiros.
No entanto, apesar deste grande período, o Ministério da Saúde e o Ministério da Ciência e do Ensino Superior foram incompetentes em duas vertentes: 1) na formação de mais médicos; 2) na melhor redistribuição geográfica de médicos.
Agora, o problema vai-se acentuar, pois os médicos espanhóis parece que se querem ir embora, regressando à sua terra natal: La Asociación de Profesionales de la Salud Españoles en Portugal considera "imprescindible" recuperar a médicos españoles que trabajan fuera de su país para hacer frente al déficit de facultativos que afecta a España.
O que fará agora o Ministério da Saúde (consta que existam mais de 3.000 médicos espanhóis em Portugal, que normalmente exercem fora das grandes cidades, onde os portugueses não gostam de trabalhar)? Importará médicos da América Latina? Forçará os médicos que existem a mais em Lisboa, Porto e Coimbra, a deslocarem-se para o Algarve, Trás-Os-Montes e Alentejo? Ou assobiará para o ar, como é habitual?