Todos os sectores têm situações críticas. Todos os sectores sofrem com a falta de clientes ou com o seu excesso. É normal. Contudo, na moderna gestão das organizações, convém tentar arranjar alguma forma de evitar a falta de clientes ou o seu excesso.
A saúde não é excepção. Mas, pelo menos, de falta de clientes, o sector da saúde não se queixa. Tudo isto, a propósito disto: Sexta-feira, registaram-se 37 mil episódios de urgência (17 mil em hospitais e 20 mil em centros de saúde), um afluência quase duas vezes superior ao normal, e ontem 20 mil pessoas acorreram aos serviços públicos de saúde (13 mil em hospitais e 17 mil em centros de saúde).
E disto: Mariana Martins esteve 25 horas à espera que o seu marido fosse atendido. Chegou às urgências do Hospital Amadora-Sintra às 10.00 de sexta-feira e só às 11.00 de ontem foi visto pelo médico. "O meu marido estava com falta de ar, só há duas horas [às 11.00] é que foi atendido e vai ficar internado", conta ao DN Mariana Martins, depois de uma noite passada no banco da sala de espera do hospital.
Mas, parece que tudo se foi resolvendo: Estamos a acompanhar a situação de perto e a comunicá-la à ministra da Saúde. Por detrás desta afluência está ainda uma epidemia de gripe moderada. Mas esperamos que as pessoas percebam que uma gripe não é uma doença grave e que não devem ir às urgências.
Mas, o pior, mesmo muito mau foi isto: Mário Carreira aconselha a que os utentes que sintam sintomas de gripe procurem os centros de saúde, a linha Saúde24, e as farmácias "em busca de aconselhamento sobre o que devem fazer nessas circunstâncias" e evitem as urgências hospitalares.
E para fechar os dislates: A Direcção-Geral da Saúde (DGS) aconselhou os utentes, que sintam sintomas de gripe, a recorrerem às urgências hospitalares apenas em «necessidade absoluta», uma vez que podem «entupir» o serviço e agravar a expansão da doença.
Até parece que Portugal está em guerra! Ou que existe alguma catástrofe natural! Ainda ouvimos o Senhor da DGS aconselhar a auto-medicação e o auto-diagnóstico. Mas, os Técnicos Superiores do Ministério da Saúde conhecem o país que dirigem?