Em muitas actividades económicas existem desequilíbrios motivados pela desadequação da oferta e da procura. Por exemplo, os médicos são altamente bem pagos, porque realizam um trabalho especializado, mas também porque conseguiram fazer diminuir as entradas nas Faculdades de Medicina durante muitos anos. Aliás, Ordem dos Médicos e Sindicatos dos Médicos podem ser opositores em alguns aspectos, mas todos eles acham inqualificável um eventual "desemprego médico", como se fosse inqualificável o "desemprego de engenheiros" ou o "desemprego de padeiros"!
Dito isto, lemos com alguma incredulidade esta afirmação do Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas: Orlando Monteiro da Silva explica que vários seguros de saúde oral reduziram significativamente os preços dos tratamentos, "dando-se até ao desplante de proporem aos médicos dentistas actos gratuitos", sem ter em conta os elevados custos subjacentes a qualquer consulta, como a esterilização dos equipamentos.
Perguntamos nós, mas as Seguradoras obrigam algum médico dentista a vender serviços aos seus Segurados? Pensamos que não. Ou seja, os médicos dentistas só aceitam fornecer serviços a "preço zero" porque querem!
Repare-se neste detalhe de política comercial suicida dos médicos dentistas: Mesmo sendo muito desvantajosas em termos de honorários, centenas de clínicas dentárias acabam por aceitar estas convenções para aumentar o número de pacientes, uma vez que muitas se encontram "quase às moscas" devido ao excesso de oferta.
Ou seja, há clínicas dentárias a mais. Qualquer manual de economia explica que quando há desequilíbrio entre oferta e procura, quem tem vantagem procura sempre tirar o máximo partido disso. Por exemplo, há 10 anos, o potencial vendedor de imobiliário estava em vantagem, hoje o jogo virou a favor do comprador. E o que há a fazer? Apenas e só adaptarem-se á mudança e corrigirem os desequilíbrios.
Por exemplo, não nos parece que a Clínica Dentária do Dr. Paulo Maló se sinta pressionada pelas Seguradoras.
Ou seja, há clínicas dentárias que vão ter que fechar. É a vida.