Monday, October 27, 2008

Barbaridades

Há coisas que se lêem e que se ouvem, que mais valia nem saber. Mas, há barbaridades que se dizem, e que se têm que reter. Tal a monstruosidade do que se diz.

Ao longo da História, houve quem ignorasse discursos e textos bárbaros, mas verificou-se mais tarde, que se cometeu um erro por negligência.

Vejamos o que aqui se diz:
  • A administração errada de medicamentos aos doentes hospitalizados é responsável pela morte anual de 7 mil portugueses.
  • Aida Baptista, da Associação Portuguesa dos Farmacêuticos Hospitalares (APAH), reconhece os erros de medicação e afirma que vão sempre existir. “Não se trata de um erro humano, mas sim do sistema”, disse, lamentando que muitos dos erros sejam escondidos por medo dos profissionais serem acusados.
  • O erro pode acontecer nas mais variadas ocasiões, desde o médico que prescreve o medicamento, e a letra é ilegível ou há confusão na dose, à farmácia que distribuiu, confundido as embalagens, até ao enfermeiro, que pode enganar-se no medicamento.
  • Pedro Nunes desvalorizou estes números, não confirmando a sua dimensão, por considerar que "em Portugal não existe um registo fiável das causas de morte". O bastonário da Ordem dos Médicos lembra que são feitos milhões de actos médicos em Portugal por dia e, por isso, "é natural que se cometam alguns erros".

Mas depois, parece que o "filme" mudou, quando alguém decidiu corrigir o drama, para uma farsa:

  • O ex-vice-presidente do Infarmed esclareceu, este domingo, que os sete mil mortos anuais atribuídos a erros na medicação são dados internacionais e não reflectem a situação em Portugal, onde não há um sistema que registe estes casos
  • Faria Vaz ocupava a vice-presidência da autoridade que regula o sector do medicamento quando, em 2005, realizou uma apresentação onde divulgou números sobre os mortos atribuídos a erros na medicação. Esses dados foram, desde então, interpretados pela Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH) como nacionais

Mas, a barbaridade maior é esta: "Poderão ser 7.000 ou 70 mil. Sete milhões não serão certamente, pois nesse caso estaríamos quase todos mortos", disse Pedro Nunes.

Como é que os portugueses se poderão ver livres destes bárbaros?