De vez em quando, fazemos aqui a alusão a algumas agressões a médicos que vão ocorrendo um pouco por todo o lado. O fenómeno não é maciço, mas revela uma mudança estrutural da relação entre médicos e doentes.
Vejamos mais uma agressão em Portugal: Um médico da Extensão de Saúde de Prado, em Vila Verde, acusou um doente de o ter agredido depois de lhe ter recusado uma consulta, na tarde de terça-feira.
E a razão da agressão também revela uma mudança de atitude dos doentes: Segundo o médico Maurício Esteves, que só dá consultas da parte da tarde naquela unidade de saúde, o doente, de 59 anos, irrompeu pelo gabinete a dentro no intervalo de duas consultas e agrediu-o. Na origem das agressões terá estado a recusa do clínico em fazer um TAC ao paciente.
Nada que nos espante. Não somos adeptos de métodos violentos, sejam eles quais forem. Queremos apenas levantar mais uma vez, uma temática que se acentuará nas próximas décadas:
- Os doentes já não têm os Médicos e os outros profissionais de saúde, no mesmo escalão social, que tinham há algumas décadas. Isto é, e como refere a Professora Regina Herzlinger, "os pacientes estão fartos de ser pacientes".
- Os doentes têm cada vez mais informação, quer através da Internet, quer através de mecanismos auto-didactas. Este facto vai levar a muitas colisões com a inabalável prescrição médica.