Tuesday, May 20, 2008

O falhanço do Estado

As sociedades modernas só fazem sentido com um Estado forte, mas eficiente. De outra forma, não há incentivo para pagar impostos. A carga fiscal em Portugal é das mais elevadas do mundo, tendo em conta a dimensão económica do país. Isto é, que fique claro que os países nórdicos, por exemplo, têm uma carga fiscal superior aos portugueses, mas têm também uma riqueza per capita muito superior.

Contudo, no que toca à eficiência do Estado, estamos profundamente tristes, dado que há tanto por fazer e tanta coisa mal feita. Vejamos mais um falhanço estrondoso do Estado (deste Governo e dos anteriores):
  • Em Portugal formam-se por ano cerca de 1200 médicos, se bem que as vagas sejam da ordem dos 1500. Mas, tal como reconhecia não há muito tempo o ex-ministro da Saúde, Correia de Campos, o país precisava de formar cerca de dois mil médicos por ano para fazer face às necessidades que se avizinham nos próximos tempos. Necessidades que se reforçam com o crescente aumento da esperança média de vida e do consequente aumento do recurso aos serviços de saúde pela população mais idosa.

Perante este diagnóstico, o que fizeram os sucessivos Ministros da Educação e da Saúde? Apenas e só, soçobraram perante o lobby da Ordem dos Médicos!

Em Espanha, o lobby médico tenta travar a abertura de novas Faculdades de Medicina, para evitar a emigração e o desemprego médico. Por cá, há 1.500 vagas de medicina e 1.200 alunos! Pior, as necessidades são de 2.000 alunos por ano!

Estado, para quê? Pagar elevados impostos para quê?

Pior, dado o elevado investimento privado na saúde, o SNS corre o risco de ficar com os "velhos" médicos e com os pouco ambiciosos: As necessidades de recrutamento dos novos hospitais ameaçam continuar a exercer uma pressão crescente para que muitos clínicos abandonem o sistema público de saúde.

Post Scriptum: No entanto, abrem-se várias curso superiores todos os anos, sabendo-se que serão futuras portas para a emigração ou para o desemprego.