Wednesday, February 13, 2008

Hospitais militares: para quê?

O "Império" terminou em 1974. A Guerra Colonial terminou em 1974. As Forças Armadas portuguesas deixaram de ter mais de 100.000 homens, para terem hoje menos de 30.000 homens. Os esforços militares portugueses limitam-se a 3 ou 4 acções simbólicas em 3 ou 4 cenários de guerra internacionais. Simbólicos, porque envolvem poucos homens e poucos meios, e também são operações normalmente na retaguarda de exércitos mais poderosos (Inglês, Americano, Italiano ou Francês).

Dito isto, para quê que existem hospitais específicos para militares? Para nós, apenas por uma questão de fétiche ou de prurido do poder político. Poder político que não tem qualquer prurido em afrontar as populações isoladas do interior, ou em mandar para a cadeia militares que se manifestam, à civil, em público. É a chamada força perante os fracos!

Tudo isto a propósito da possível racionalização dos hospitais militares:
  • O Chefe de Estado Maior do Exército (CEME) esteve ontem no Hospital Militar Regional de Coimbra (HMR), onde afirmou que a unidade passará a funcionar como centro de saúde
  • Na prática, pouca coisa mudará no hospital. “Para além do internamento, vão manter-se todos os serviços”, expressou Pinto Ramalho, garantindo ainda que continuarão “as consultas nas restantes especialidades e o apoio às unidades do exército”.
  • As urgências, com médicos a tempo inteiro nas diversas especialidades, com unidades de apoio e unidade de recobro, “só existem no Hospital Militar de Lisboa”, declarou.
  • Apesar do fim do internamento e do serviço de neurocirurgia, Pinto Ramalho garante que “os militares do exército vão continuar a desempenhar a sua missão”.

Sinceramente, continuamos a não perceber porquê que os Senhores militares não vão a um qualquer hospital público. Aliás, será que haverá hospitais para polícias, ou para "GNR's"? Ou fará sentido enviar militares aquartelados no Alentejo para serem tratados em Lisboa?

É o que chamamos "poupar no farelo". A farinha continua-se a gastar, mas vai escasseando também!

Post Scriptum: porque não aproveitar o know how acumulado dos hospitais militares e integrá-los em estruturas hospitalares comuns? Ganhávamos todos.