O Ministro da Saúde tem falado das "suas" Unidades de Saúde Familiar (USF), com tanto carinho e paixão, que somos levados a pensar que as referidas USF's são mesmo dele!
Ou seja, Correia de Campos quando quer dar o reverso dos encerramentos das Maternidades, das Urgências Hospitalares, ou das graves ineficiências do SNS, fala logo na "menina dos seus olhos": as USF's! Mas, será que as USF's são mesmo eficientes? Ou estão a corresponder às expectativas nelas colocadas?
Lemos isto: O Ministério da Saúde estabeleceu como objectivo a criação de cem Unidades de Saúde Familiar (USF) até ao final de 2006, mas até ao momento só conseguiu pôr em funcionamento 56.
Bem, numa organização internacional, o Ministro da saúde era demitido, pois tinha conseguido apenas 56% do seu objectivo! Em Portugal, país das "habituais" derrapagens, de orçamentos e de calendários, ainda se dirá que "Correia de Campos fez bastante".
Nós dizemos que os objectivos são para se cumprir. Se não se cumprirem, alguém tem que dizer porque é que não se alcançaram! Chama-se a isto: respnsabilidade.
Mas, continuemos com o ponto da situação das USF's:
- "os médicos que estão a trabalhar no terreno e avançaram para as USF, não têm, até agora, nada de concreto [em termos de melhoria salarial] e têm estado a trabalhar mais, recebendo apenas o mesmo que recebiam antes", realçou Isabel Caixeiro, presidente do conselho regional do sul da Ordem dos Médicos (OM).
- "Os atrasos no desenvolvimento do suporte legal e da definição do financiamento" põem também em risco o que consideram ser "um bom modelo".
- É fundamental que o Governo "torne claro qual vai ser o desenvolvimento desta reforma, o que até agora ninguém conseguiu fazer".
- "Não se pode só pensar em Unidades de Saúde Familiar e depois logo se vê o que é que acontece".
Portugal não muda, dizemos nós.